quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Até onde vai o poder do árbitro?

Muito se discute sobre o papel da arbitragem e os polêmicos lances que ocorrem e escapam dos olhares dos árbitros trazendo muita discussão sobre o uso de tecnologias no futebol. Mais do que uma interpretação sobre um lance ou sobre uma jogada passível de cartão (seja amarelo ou vermelho) cabe ao árbitro redigir a súmula ao final da partida.

E é exatamente esse o objetivo do post. Discutir até onde vai o poder do árbitro não só no que tange ao jogo propriamente dito bem como no que se refere aos relatos pós jogo que este faz ao passar a limpo a súmula. Nesse documento nada pode escapar como uma invasão ao campo, um xingamento, os cartões, os gols e quaisquer outros fatos que acontecerem no jogo.

A questão central é que o árbitro após entregar a súmula está acima de qualquer coisa. Um gol pode ter sido de um determinado jogador, porém o árbitro se equivocar e anotar para outro. Uma vez entregue a súmula nada pode ser alterado e se tal fato passa despercebido por parte de analistas, jornalistas, treinadores, uma informação pode ser passada adiante de maneira incorreta. O mesmo vale para a questão disciplinar, caso o juiz passe na súmula cartão para um jogador que na prática não recebeu a advertência ou então deixa de anotar advertência para um atleta que sofreu a punição.

Seguindo nessa análise qualquer incidente que passa sem ser relatado na súmula absolverá o infrator, seja o clube, um treinador, um atleta ou outro personagem que envolve uma emocionante partida de futebol.

Para exemplificar vamos citar três fatos ocorridos no Campeonato Brasileiro 2010 da Série B:

Pela 10ª rodada, no dia 24/07 aos 79 minutos Marcos Aurélio fez o gol da vitória coxa branca por 2-1 contra o Sport, entertanto na súmula o gol foi creditado a Geraldo por Fabrício Neves Corrêa/RS. Portanto para efeitos de artilharia Marcos Aurélio tem 7 gols na prática, porém 6 na teoria.

Na 28ª rodada, o Duque de Caxias bateu o Santos André por 3-2. No final da partida o Santo André marcou seu 2º gol descontando, os até então, 3-1. No lance Rithelly tentou cruzar, a bola passou por todo mundo, porém o árbitro Joel Tolentino Damata Júnior/MG anotou o gol para Toninho.

O fato mais recente é um exemplo diferente dos dois anteriores. E fatos que aqui serão relatados não foram colocados na súmula facilitando a vida do Náutico que não será multado ou não terá qualquer outra punição.

Antônio Rogério Batista do Prado (foto ao lado), árbitro CBF de São Paulo omitiu mais de quatro minutos de atraso do Náutico para entrar em campo pela 30ª rodada contra o Paraná Clube pela Série B no dia 18/10. Além disso a equipe pernambucana entregou uma escalação incorreta, onde constava que Erick Flores jogaria como titular. De última hora Erick foi cortado e Jeff Silva, lateral esquerdo, que ficaria no banco passou para titular deslocando Zé Carlos, que seria o lateral, para o meio campo. Tudo isso aconteceu por uma falha administrativa do Náutico, uma vez que Erick estava suspenso. Com toda a confusão a equipe do Náutico atrasou a entrada em campo. Apesar de ser compreensível que o Náutico não entraria com um jogador suspenso em campo, é inadmissível que a arbitragem tenha omitido isso tudo, afinal de contas uma falha administrativa do Náutico não pode se configurar em uma não punião ao clube pelos fatos acima apresentados.

Portanto, até onde vai o poder do árbitro? Erros e omissões nas súmulas podem ser a "palavra final" mesmo que certos fatos são evidentes desmentindo as súmulas muitas vezes mal redigidas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário