quarta-feira, 27 de março de 2013

Quanto custa os estaduais?

Tenho percebido de uma forma geral pouca preocupação da mídea paranaense e dos clubes paranaenses (pelo menos publicamente) com relação aos custos dos jogos no estadual.
 
Apenas o presidente do Toledo CW levantou a questão semanas atrás afirmando que talvez seria melhor jogar de portões abertos, pois os custos para fazer um jogo seriam menores. Na mídea nacional não me lembro de outro comentarista além do excelente André Rizek sobre o tema "público dos estaduais". E mais recentemente saiu uma reportage no GE Rio Grande do Sul sobre o fato de 10 das 16 equipes participantes do estadual terem média de público inferior ao Canoas na Superliga Nacional de vôlei masculino.
 
Portanto resolvi levantar rapidamente algumas informações para ilustrar tudo isso e fazer breves considerações na sequência. Abaixo o quadro de público e renda de alguns estaduais além da Copa do Nordeste.
 
 
Verificamos no quadro acima como é caro fazer futebol no estado do Paraná. Percebam as colunas *Atletiba e *. Criei elas para minimizar um pouco a relação renda líquida/renda bruta, pois juntos a dupla Atletiba têm prejuízo de quase 1 milhão de reais o que derruba muito a média. Ainda assim, se zerarmos as perdas da dupla atletiba o % da renda líquida em relação a renda bruta é de apenas 22,77%. Se ao invés de zerarmos a dupla atletiba, excluirmos as estatísticas de todos os clubes de Curitiba a relação sobe para 38% ficando acima da média do Campeonato Mineiro.
 
Contudo o intuito principal é mostrar como a Federação Paranaense é inoperante. Em nosso estado parece até que os clubes existem para sua Federação e não sua Federação existe para seus clubes.
 
Por que existe tanta diferença na relação Renda Líquida/Renda Bruta?
 
A resposta é, porque as outras federações pensam em seus clubes na organização dos estaduais:
 
- No Rio Grande do Sul times do interior (excessão feita a dupla CaJu) não pagam 10% da renda bruta para sua federação. Além disso, existe uma ajuda referente as taxas de arbitragem
- Em Goiás, as equipes não tem quaisquer despesas com taxas de arbitragem
- Santa Catarina, apesar de pagarem arbitragem e os 10%, as equipes tem menores gastos com outras despesas de jogo
- Minas Gerais é semelhante ao estado do Paraná e por isso o % quando excluído os times da capital paranaense acaba ficando semelhante. Vale lembrar que nas estatísticas de Minas está sendo considerado o trio de BH
 
De qualquer forma, se em Minas a política da Federação é a mesma política da Federação Paranaense, naquele estado é adotado um sistema de disputa inteligente de tal forma que o campeonato prende a atenção do torcedor e favorece aos clubes uma boa pré temporada e não os obriga a uma maratona de jogos desumana. Além disso, o campeonato mais enxuto em Minas faz com que os clubes joguem menos partidas em casa diminuindo o impacto negativo nas finanças dos clubes em abrir portões para disputarem tantos jogos como é o caso do Paraná. Além disso, o número demasiado de jogos tira o foco do torcedor, pois torna um campeonato longo, sem disputas e chato.
 
Percebam nos números acima que a Copa do Nordeste com 16 times já chegou ao fim com um total de 62 jogos. O Campeonato Gaúcho com 16 times soma 4 partidas a menos que o Campeonato Paranaense com 12 times. O estado do Paraná só não vence o estado do Ceará, onde já foram disputadas 22 rodadas em apenas 80 dias