terça-feira, 30 de abril de 2013

Um recomeço para o futebol paranaense

Um Campeonato Paranaense com nova fórmula, novo conceito e quem sabe servindo de exemplo para outros estados.
 
 
Essa é a idéia que quero apresentar na sequencia selecionando o que cada estado tem de melhor. Em resumo, a fórmula do Carioca agrada muita gente, tanto que os gaúchos a copiaram sem dó. Fizeram uma pequena alteração para ficar autentico: ao invés de 2 classificados por grupo em cada turno são 4 e a fase final começa nas quartas de final. Mesmo assim a quantidade de datas para disputa do Campeonato é grande penalizando os clubes quanto a uma pré-temporada e quanto a recuperação/preparação entre uma jornada e outra.
 
 
O Campeonato Mineiro é de tiro curto. Inteligente ele é disputado em apenas 11 datas na 1ª fase. A partir daí 8 clubes deixam o campeonato que continua com os 4 melhores na semifinal. Em Minas os clubes fazem 1 mês de pré-temporada e jogam uma vez por semana.
 
 
Que tal um campeonato Paranaense assim:
 
GRUPO (A) NORTE/OESTE
GRUPO (B) SUL
ARAPONGAS
ATLÉTICO
CIANORTE
CORITIBA
LONDRINA
J. MALUCELLI
TOLEDO
OPERÁRIO
1º SÉRIE PRATA
PARANÁ CLUBE
2º SÉRIE PRATA
RIO BRANCO
 
Ø  Equipes se enfrentam em turno único (dento do grupo) totalizando 5 partidas
Ø  Jogam 1 partida a mais em casa os melhores classificados do campeonato anterior
Ø  Os dois melhores de cada grupo se classificam para semifinal
Ø  Semifinal e final em jogo único
Ø  Campeão está na final
 
GRUPO C
GRUPO D
1º A
2º A
1º B
2º B
6º A
3º A
6º B
3º B
4º A
5º A
4º B
5º B

 
Ø  Equipes se enfrentam em turno único (dentro do grupo) totalizando 5 partidas
Ø  Os melhores classificados (1º A e B e melhor 4º entre A e B) e (2º A e B e melhor 3º entre A e B) jogam 1 partida a mais em casa
Ø  Os dois melhores de cada grupo se classificam para semifinal
Ø  Semifinal e final em jogo único
Ø  Campeão está na final
Ø  Se a mesma equipe for campeã dos 2 turnos é declarado o campeão estadual
Ø  O último colocado na classificação geral é rebaixado
Ø  As equipes classificadas em 9º, 10º e 11º na classificação geral disputam um triangular em jogos de ida e volta onde o pior classificado é rebaixado junto ao 12º da classificação geral
Ø  Havendo necessidade da disputa da final (em caso de dois vencedores diferentes) essa fase será disputada em jogo de ida e volta
 
Mínimo de datas: 10
Máximo de datas: 16
Com 16 datas em 4 meses seria possível o início do campeonato em fevereiro (os clubes ganhariam janeiro para pré-temporada). As partidas seriam disputadas aos finais de semana ganhando as equipes em preparação/recuperação entre um jogo e outro.
Campeonato decisivo e atrativo desde a rodada nº 1.
Possibilidade de muitos clássicos durante o campeonato. Por exemplo, poderia haver Atletiba na 1ª e 2ª fase de primeiro turno, na 1ª e 2ª fase de segundo turno e na finalíssima.
 
E você, o que acha? Opine...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Paranaense 2013: e a arbitragem?

O Campeonato Paranaense chega a sua reta final. Agora são apenas os jogos que vão decidir o campeão estadual e o campeão do interior. E aí entra uma velha questão: e a arbitragem?
 
 
Bem, mais uma vez o saldo é negativo. Confusão na "decisão" do 1º turno, reclamações de todos os lados e até mesmo denúncia da volta do bruxo. Como diria um grande comunicador brasileiro "que faseeeee".
 
 
Dentro desse tema também recorro a exemplos de outros campeonatos e outras comissões de arbitragem. Apesar de trazer o exemplo a seguir adianto que não quero aqui defender nenhuma comissão, pois ao acompanhar os estaduais em geral me recordo de muitos fatos inusitados na arbitragem gaúcha e goiana. Talvez se salve apenas a arbitragem Mineira (Minas tem um campeonato muito enxuto, apenas 11 rodadas antes da fase final) e a arbitragem Catarinense (que na minha opinião tem o melhor árbitro CBF do Brasil, Ronan Marques da Rosa).
 
 
Buscando ser o mais breve e objetivo possível: ano pós ano a comissão de arbitragem do Paraná consegue escalar mais de 20 árbitros diferentes durante o estadual. A conta é tão incrível que em algumas rodadas nenhum árbitro CBF é escalado. Experiências são feitas em jogos de peso. Se comparado aos outros estaduais percebemos que Minas, Goiás e Santa Catarina não passam de 10 a 12 árbitros diferentes. E sempre uma parcela maior de jogos a cada rodada tem árbitros CBF.
 
 
- Permita-me abrir um parênteses nesse paragrafo para dizer que no Rio Grande foram 21 árbitros diferentes em 2013 com o detalhe de que lá são 8 jogos por rodada.
 
 
Os árbitros ruins e o bons árbitros
 
 
Ainda analisando a arbitragem e agora com foco total no Paraná situações inusitadas ocorrem e nos faz pensar ainda mais nos critérios adotados e o porque de a comissão dar tanta margem para problemas durante o campeonato.
 
 
Em 2013 o estado do Paraná perde Héber Roberto Lopes (isso não ocorre por acaso). No mesmo ano o estado "ganha" o criticado Felipe Gomes do Rio de Janeiro (árbitro sem qualquer prestigio no Rio e que recebeu criticas atrás de criticas).
 
 
O árbitro carioca apitou 7 jogos no Estadual e distribuiu 10 cartões vermelho. Em 3 jogos ocorreram expulsões por xingamento (aja jogador que gosta de xingar esse árbitro, estranho não?). Reprovado no clássico Operário x Londrina com uma péssima atuação.
 
 
No jogo seguinte muita confusão em Londrina na decisão do 1º turno. Aí então a comissão pensa "vamos dar um jogo tranquilo a ele para recuperar". Felipe vai a Cianorte para comandar o time do Leão contra o ACP. Mais confusão e 2 expulsões. Para fechar com "chave de ouro" comanda um jogo nervoso e decisivo entre Jota x Toledo. Mais confusão e mais expulsões (o único da última rodada com jogadores expulsos).
 
 
Por outro lado ano pós ano temos o árbitro Antônio Valdir dos Santos que em conversas sobre futebol com um grande amigo de Scouts sempre comentamos sobre a falta apoio aos bons árbitros.
 
 
 
 
Antônio Valdir apitou 6 jogos e nenhuma expulsão. Nenhum jogo marcado por confusão, fato inusitado ou reclamação. E acredito que um ótimo exemplo de árbitro bom e que tem o mínimo de bom senso foi da última rodada do campeonato, quando Valdir não deu nenhum minuto de desconto no 2º tempo entre ACP x Paraná (já vi muito árbitro se complicando com desconto de 2º tempo em jogo decidido).
 
 
E aí finalizo com duas perguntas em uma: em meio a tanta confusão, a tanto árbitro ruim e/ou mal intencionado porque a comissão paranaense de futebol não dá prestigio aos bons árbitros e porque não foca em um quadro de elite de arbitragem deixando as experiências para os outros campeonatos promovidos pela entidade?

Cada um por si a FP(aranaense)F contra todos

Em meados de março aproveitei informações atualizadas de renda e público dos campeonato para abordar esse tema com ênfase nas políticas adotas pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) que em nenhum momento se preocupa em apoiar e incentivar seus afiliados (principalmente os times do interior que não tem calendário).
 
 
Na ocasião comprovei a afirmativa com os exemplos dos Campeonatos Goiano, Mineiro, Gaúcho, Catarinense e Paranaense apontando como ponto principal a relação renda líquida/renda bruta e mostrando que aqui no Paraná gasta-se muito para abrir os portões. Uma medida sem alteração das políticas seria de diminuir o número de jogos o que vai contra os interesses da Federação, uma vez que ela ganha 10% da renda bruta de cada jogo realizado (logo, quanto mais jogos melhor... para Federação e não, necessariamente, para os clubes).
 
 
Nesse post vou além e vou mostrar aos leitores a discrepância em bilheteria entre os clubes paranaenses e a Federação:
 


No quadro acima está uma relação de quanto a Federação arrecadou com cada clube (em bilheterias) e quanto cada clube arrecadou. O valor é simples, na coluna da Federação 10% da renda bruta de cada equipe no campeonato e no quadro das equipes a renda líquida total de cada time. Percebam que metade dos times mais deu dinheiro a federação em bilheteria do que arrecadou.
 
 


 
Como a Federação é uma entidade única e independente no quadro acima selecionei o valor total da Federação para comparar clube a clube. Vejam que no Campeonato apenas o Londrina foi capaz de arrecadar mais que a Federação em bilheteria.
 
 
A partir daí o que temos de concreto:
 
- clubes paranaenses ameaçando fechar o futebol por falta de incentivo e condições financeiras
- clubes do interior com dificuldades de honrar seus compromissos
- o incentivo da FPF é 0 ao futebol paranaense
 
Acrescento mais alguns dados:
 
- para filiar-se a Federação se paga uma taxa, essa taxa também precisa ser renovada gerando custos aos clubes para com sua federação ano pós ano
- para registrar atleta entre diversas taxas o clube paga uma a sua Federação. Portanto, se for feito um levantamento em 2013, pelos menos mais de 500 atletas já foram registrados na FPF gerando mais recursos a entidade, uma vez que cada um desses mais de 500 atletas geraram uma taxa
- ou seja, além dos R$ 608 mil arrecadados em 4 meses a Federação tem outras fontes de receita
- os clubes são penalizados pela FPF na bilheteria, o campeonato não tem patrocinadores, é pouco atrativo e o resultado são clubes tradicionais como Paranavaí, Rio Branco entre outros passando por muitas dificuldades financeira
 
Petraglia e a dupla Paratiba
 
Em meio a essa discussão todas vimos uma atitude corajosa do Atlético Paranaense na figura de seu presidente: entrar com o time B de jovens e não assinar contrato com a Televisão. Em ótima entrevista ao Portal Terra Petraglia diz que está na hora dos clubes se unirem e criarem sua própria Liga, pois o sistema feudal da estrutura futebol presa as federações não é compatível com a indústria futebol dos tempos moderno.
 
Com os dados apresentados acima fica a questão: resta alguma dúvida quanto as considerações do homem forte do Atlético? Não está na hora dos clubes se unirem? E a partir disso a "bomba" recai sob a dupla Paratiba. Uma vez que se os outros 2 grandes clubes se unirem a causa, o futebol paranaense não terá outra alternativa se não repensar seus conceitos.
 
Interior
 
Até quando clubes do interior continuarão na mão de sua Federação? Até quando os clubes vão aguentar sem dar um basta? Bom, tudo o que foi apresentado acima tem grande parcela de culpa dos "dirigentes" dos clubes do interior que ano pós ano continuam prestigiando a Federação, talvez por medo de represálias, talvez por falta de capacidade ou até mesmo pela crença de que terão algo em troca.

O tal "sub-23" atleticano

Por muitas vezes ao longo do Campeonato Paranaense bati na tecla que o time do Atlético finalista do campeonato não tem nada de sub-23. Um ou outro atleta com idade um pouco mais avançada, mas um time basicamente sub-21 (atletas 92 e 93).
 
 
Com o término do maçante e chato Campeonato Paranaense segue a média de idade dos times (vale lembrar que a média não é baseada no elenco, mas nos atletas que disputaram de fato os 22 jogos de cada uma das 12 equipes participantes).
 
 
Citando Carlos Eduardo Lino, ontem disse: "o time mais vitorioso nesse primeiro semestre é o Atlético/PR, pois teve coragem de colocar um time jovem no estadual e agora vai conseguir compor com qualidade o seu plantel principal com esses jovens". E eu faço coro, desde o início, o Atlético está tratando o futebol com profissionalismo ao entrar com uma equipe jovem, pois ficou provado de vez que para a dupla atletiba o estadual com baixas cifras e, portanto, com nenhum retorno financeiro serve para lançar atletas e suas respectivas equipes de jovens são mais que suficiente para a disputa do título.
 
 

Gênio da bola genuinamente paranaense



O ano de 2013 começou com uma ótima notícia para o futebol brasileiro, em especial o futebol paranaense: Alex acertou seu retorno ao time que o revelou para o mundo.
 
 
O retorno de Alex veio nesse primeiro semestre a ser um dos raros momentos bons do futebol paranaense dentro e fora de campo e serviu para mostrar que o estado do Paraná é sim de grande importância para o Brasil no assunto futebol.
 
 
Ao acompanhar os principais estaduais do país fora do eixo Rio-São Paulo verificamos que estatisticamente os grandes destaques foram: Ricardo Jesus (Atlético/GO), Rafael Costa (Metropolitano) e 3 gênios da bola, porém somente um nascido, criado e revelado no estado onde está premiando seus conterrâneos com um futebol acima da média.